Detalhes sobre a cidade de Moreno
A ocupação do atual município de Moreno provém da faixa de terra comprada, em torno do ano 1616, por dois irmãos portugueses de sobrenome Moreno. A intenção era a instalação de um engenho. Um deles veio a falecer antes da concretização deste projeto. O segundo, Baltazar Gonçalves Moreno, faleceu no dia do funcionamento do engenho. A propriedade foi vendida pelos seus herdeiros a Antônio de Souza Leão. O engenho foi visitado por Dom Pedro II em 18 de dezembro de 1859, quando o proprietário foi agraciado com o título de Barão de Moreno e sua esposa, Maria Amélia de Souza Leão, com o título de Baronesa.
O desenvolvimento do município ganhou impulso com a instalação da indústria têxtil Societé Cotonière Belge Brésilienne, no início do século XX. O distrito foi criado pela lei municipal nº 126, de 8 de Março de 1920, subordinado ao município de Jaboatão dos Guararapes. A emancipação veio através da Lei 1.931 de 11 de setembro de 1928. O município foi instalado em 1 de Janeiro de 1929.
A história do município está registrada em suas construções seculares: são 39 engenhos, alguns ainda em atividade, com destaque para o Casarão do Engenho Moreno, onde Dom Pedro II se hospedou. O período da indústria têxtil está registrado nos prédios da Vila Operária, Estação Ferroviária, Mercado Público, Prefeitura, obras que identificam o período da industrialização.
Surgimento do termo
O termo morena foi uma adaptação dos perseguidos na inquisição, termo esse oriundo de morrano (marrano, marano, marana, judeus bnei anussim). Marrano é significa porco e alguns estudiosos dizem que não era um termo pejorativo aos descendentes de judeus (convertidos a força pela inquisição ao cristianismo), mas era o teste e a prova de que eles realmente tinham deixado o judaísmo. Pois o judaísmo proíbe terminantemente comer carde de porco, pois não é kashrut ou kasher. Então as comidas cotidianas dos tais morenos ou mour’arabes tinha que ser regada a carne de porco para não serem mortos e torturados durante a inquisição. O feijão tinha que levar tempero de porco e a maioria tinha que provar diariamente que era cristão.
Ao fugir para o interior e sertões, fugindo da coroa portuguesa que expulsou Mauricio de Nassau do Brasil e trouxe a inquisição. Com medo os judeus (sefaraditas = árabes) esconderam-se em Pernambuco, ceará e Minas gerais. Uma das cidades fundadas pelos bnei anussim foi a cidade de Poeiras (ipueiras) ceará.
O termo também era uma forma das senhoras ricas que invejavam a beleza das mulheres mour’árabes (Semitas). O termo foi ganhando espaço especialmente em países de língua portuguesa. O termo com o passar do tempo foi se estendendo a características físicas que foram sendo mudadas, em conceito, com o passar do tempo. Hoje nada tem a ver o termo com os marranos ou maranas. Segundo relatos e registros históricos o mesmo preconceito contra os b'nei anussim se estende, em alguns lugares, a todos associados a esse termo.
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