Detalhes sobre a cidade de Araçuaí
Fundação: 21 de setembro de 1871 (138 anos)
As terras do atual município de Araçuaí, durante o século XVIII, estiveram ligadas à antiga Comarca do Serro Frio e depois ao município de Minas Novas.
Já no século XIX, o padre Carlos Pereira de Moura havia fundado na confluência dos rios Araçuaí e Jequitinhonha a Aldeia do Pontal - local aprazível onde aportavam as canoas que permutavam mercadorias vindas da Bahia, como as daquela região de Minas. Onde há canoeiras, há mulheres, bebidas alcóolicas e muita farra. Isso o Padre Carlos não aceitava em sua aldeia, muito menos na futura cidade que planejava fundar, o que fez, então? Expulsou dali todas as meretrizes que, desorientadas emigraram rio Araçuaí acima, achando abrigo na Fazenda Boa Vista, de Luciana Teixeira. Essa boa senhora cedeu suas terras, à margem direita do Ribeirão Calhau e do rio Araçuaí, às emigrantes que se alojaram.
Atraídos pelas mulheres, os canoeiros mudaram de porto e, no local desenvolveu-se um arraial, com o nome de Calhau, que deu origem à atual cidade de Araçuaí entre os anos de 1830 e 1840.
A história de Araçuaí teve início em 1817, quando Luciana Teixeira decidiu iniciar um loteamento às margens do Rio Araçuaí, o arraial chamou-se "Calhau" devido a grande quantidade de pedras redondas existentes.
Com o tempo o local foi ganhando importância. Foi elevado a categoria de sede de Distrito pela Lei Provincial de 13 de julho de 1857. A instalação sob a denominação de Vila de Arassuay deu-se em 1º de julho de 1871, para finalmente a 21 de setembro de 1871 ser elevada a categoria de cidade, por força da lei nº 1870, com o nome de Araçuaí. Tal nome é de origem indígena, e quer dizer Rio das Araras Grandes.
De lá para cá, a cidade cresceu nas margens aprazíveis do Rio Araçuaí, principal afluente do Rio Jequitinhonha. Com a abertura da estrada de rodagem o movimento de ônibus e caminhões substituiu a navegação do rio, dos canoeiros só sobrou a lembrança pela característica estátua na praça da Matriz.
Até 1891 Araçuaí era a capital de todo o Nordeste de Minas. Ocupava o quarto lugar numa estatística do número de comerciantes nos municípios mineiros. Pelo município passava a estrada de ferro Bahia & Minas (hoje desativada) que na estação ferroviária de Araçuaí chegou em 1942.
A inexistência de uma infra-estrutura adequada que proporcione insumos e absorva a produção, desequilibra a economia agrícola municipal determinando um estado geral de miséria entre a população rural, fazendo com que a região tenha importar alimentos, forçando o êxodo. Sempre ligados aos problemas da agropecuária, os fatores infra-estruturais do município de Araçuaí, principalmente o sistema rodoviário, são praticamente intransponíveis para o desenvolvimento.
As atividades econômicas do município são a agrícola, a pecuária, o comércio, o artesanato, as pequenas indústrias de calçados e laticínio. A principal fonte de riqueza é a pecuária, que detêm índices invejáveis de produtividade. O subsolo é rico em minérios e pedras preciosas.
Durante muitos anos foi considerável o movimento comercial do município de Araçuaí. Hoje já não é tão grande. A cidade de Araçuaí era um grande entreposto de comércio. Recebia mercadorias de Peçanha, Minas Novas, Serro, Ferros, Salinas e todo o Norte de Minas. Os armazéns abarrotados de sal e outros produtos de beira-mar esperavam as tropas para trocar por produtos de lavoura.
Esse movimento comercial tocou o seu auge de 1880 a 1885. A partir desta data as tropas mudaram de rumo: já não era para o norte, mas para o sul que elas se dirigiam, procurando mercados mais próximos e mais acessíveis para seus produtos. O comércio de Araçuaí foi decaindo e com ele a navegação do Jequitinhonha. A importação de mercadorias se deslocou da Bahia para o Rio de Janeiro;a estrada de ferro mudou da Bahia para o Rio de Janeiro; a estrada de ferro Bahia a Minas transporta-os até Téofilo-Otoni, onde as tropas vão recebê-las.
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