Detalhes sobre a cidade de Miguel Pereira
A evolução histórica de Miguel Pereira acha-se ligada à de Vassouras e de Paty do Alferes, e à expansão da cultura cafeeira no vale fluminense do rio Paraíba do Sul.
A ocupação da área de Miguel Pereira teve origem nas primeiras explorações que visavam transpor a Serra do Mar, depois com a abertura feita por Garcia Rodrigues Paes do Caminho Novo do Tinguá, entre o Rio de Janeiro e as Minas Gerais.
Os tropeiros que subiam o rio das Mortes em direção a Sacra Família do Tinguá (atualmente distrito do município de Engenheiro Paulo de Frontin), fixaram ponto de passagem em pequena várzea. Inicialmente o local ficou conhecido como Barreiros ou Tejuco pois aí se atolavam as tropas de burros que percorriam o Caminho Novo. Depois passou a se chamar Estiva, nome de uma trama de bambu que os tropeiros usavam para colocar no caminhos dos burros para assim vencer a lama em sua jornada.
Algumas pequenas lavouras surgiram na região durante o século XVIII. Estas produziam açúcar ou, mais frequentemente, gêneros alimentícios para consumo no Rio de Janeiro. Em 1770 foi fundada a fazenda da Piedade de Vera Cruz que se tornaria importante como produtora de café na região. As terras do atual município de Miguel Pereira eram então subordinadas administrativa e religiosamente à freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Alferes, atual Paty do Alferes.
As lavouras de café expandiram-se no inicio do século XIX, constituindo-se em fator de progresso e acentuada dinamização da economia local. Esse surto de desenvolvimento motivou que a freguesia fosse elevada ao posto de vila de Nossa Senhora da Paty do Alferes em 1820. Entretanto, logo depois, em 1837, a sede da vila foi transferida para a localidade de vila de Vassouras, voltando Paty do Alferes à condição de freguesia. Em 1857, vila de Vassouras foi transformada em cidade e sede do município que administrava as terras atuais de Miguel Pereira.
O desenvolvimento da região foi apenas nas fazendas de café, com praticamente nenhum desenvolvimento urbano. Somente a partir da construção da capela do Santo Antônio em 1898, é que os colonos de Estiva passam a erguer suas casas humildes e a formar um comércio incipiente em um núcleo urbano, incentivando, dessa maneira, a chegada de novos moradores para o lugar.
Apesar de sofrer declínio econômico devido o esgotamento das terras com a exploração inadequada das plantações de café, o desenvolvimento urbano é impulsionado no início do século XX, quando foi aberto ramal auxiliar da estrada de ferro Melhoramentos(incorporada a Estrada de Ferro Central do Brasil em 1903) que, partindo de Japeri, na baixada Fluminense, atingia o rio Paraíba do Sul na cidade de Paraíba do Sul. O eixo ferroviário estimulou o nascimento de povoações que, em sua maioria, abrigavam os próprios trabalhadores da ferrovia. Este é o caso de Governador Portela, onde parte das áreas urbanas eram de propriedade da Rede Ferroviária Federal - RFFSA, construindo toda uma vila residencial destinada aos ferroviários. Esta característica é responsável pelo desenvolvimento da sede distrital que ocorreria antes de Estiva, atual Miguel Pereira.
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