Detalhes sobre a cidade de Jaguaré
O município de Jaguaré, ao contrário de outros municípios capixabas, não se originou exclusivamente da colonização de europeus. Historiadores apontam que a região, era habitada pelos índios botocudos, que vieram do Vale do Rio Doce para as regiões próximas ao Rio Cricaré.
Muitos anos depois, a região começou a contar com a presença dos caboclos, que eram populações oriundas da parte sul do Espírito Santo, sendo em sua maioria, originários de Minas Gerais e da região Nordeste. Muitos deles procuravam o Espírito Santo fugindo das secas e da pobreza. Com a chegada dos caboclos houve desmatamentos e queimadas, e as matas naturais passaram a dar lugar a plantações de mandioca, feijão, milho, dentre outros alimentos por eles produzidos.
No início do século passado, a região já contava com a presença de diversas famílias constituídas, observando-se que em sua maioria eram os caboclos, que tinham uma convivência saudável com as famílias italianas, colonizadoras de parte do Estado.
Jones dos Santos Neves que detinha a escritura de várias terras da região efetivou a doação à União de parte de seu território. Após a doação, o governo decidiu dar prosseguimento ao Parque Florestal Sooretama. Tal fato modificou, de maneira decisiva, a vida das famílias dos caboclos. Eles tiveram que abandonar suas plantações e foram indenizados pelo governo. Assim, deixaram de trabalhar como agricultores e passaram a realizar serviços de desmatamento. Com a conclusão do parque, os caboclos perderam suas chances de trabalho e parte deles foi para outras regiões, a fim de exercer suas atividades. Outros continuaram na região, na esperança de conseguir sua própria terra.
Com a mudança de parte dos caboclos, lentamente a região foi sendo ocupada por novas famílias, originárias de regiões como Venda Nova do Imigrante, Rio Novo do Sul, Castelo e Jaciguá. Parte dessas famílias já se dedicava à cultura do café e às culturas brancas. Assim sendo, quando chegaram à futura Jaguaré passaram a produzir esses produtos. Essas famílias, em sua grande maioria, eram de católicos, descendentes de italianos. O maior incentivo para a exploração da região era o preço baixo da terra. A intenção do governo era aumentar a colonização do norte capixaba, assim sendo, criou leis para o incentivo da exploração da região.
No ano de 1946, os primeiros 14 colonos chegaram à região. O ponto inicial da colonização do norte capixaba foi a ponte do rio Barra Seca, que ainda possuía algumas famílias de caboclos. Com o passar do tempo novas famílias chegaram ao local e tiveram que enfrentar a malária, ataque de onças, cobras e mosquitos.
Porém, o clima favorável, as chuvas regulares e a boa qualidade da terra fizeram com que as produções agrícolas tivessem bom desenvolvimento. Rapidamente, o café passou a ser a base econômica da nova região. Também foram cultivados os plantios de mandioca, banana e cana-de-açúcar.
Mesmo com o desenvolvimento da grande comunidade nos anos 50, a cidade de Jaguaré foi emancipada no dia 13 de dezembro de 1981, pela Lei n° sendo desmembrada da cidade de São Mateus. Jaguaré tornou-se cidade e passou a contar com dois distritos, Sede e Barra Seca.
Economia
A principal atividade econômica do município é a cafeicultura, onde se destaca o cultivo do Café Conilon, com uma área estimada de 21.000 hectares. Com uma produtividade média de 574.487 sacas de café beneficiadas nos últimos quatro anos, a cafeicultura gera uma receita bruta anual de R$ 115 milhões e cerca de 10 mil empregos diretos e indiretos, dos quais mais de 5.000 são gerados durante o período de colheita.
Além do café, Jaguaré tem desde 2001, outra grande fonte de recursos. Naquele ano, passou a entrar em operação a extração de óleo, no campo de petróleo descoberto na Fazenda Alegre – denominado pela Petrobrás como FAL-40H. É o maior campo de óleo do Espírito Santo, sendo responsável por mais de 50% de toda a produção ativa do norte capixaba.
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