Detalhes sobre a cidade de Urandi
A ligação da Estrada de Ferro Leste Brasileiro, na Bahia, com a Estrada de Ferro Central do Brasil, no norte do Estado de Minas Gerais, empreendimento do Departamento Nacional de Estradas de Ferro (DNEF) no período 1948-1951, foi completada com a junção dos trilhos em Urandi e a construção do trecho ferroviário mais difícil, no passo montanhoso do Saco da Onça, entre Urandi e Licínio de Almeida, um feito notável para a engenharia da época. Segundo relata Ralph Mennucci Giesbrecht, o tráfego ferroviário entrou em decadência na década de 1970. Sobreveio o predomínio do transporte rodoviário, ainda que por estradas precárias. Apenas a partir de 1993 a cidade voltou a experimentar um relativo período de desenvolvimento econômico e social, em grande parte devido aos esforços do prefeito Adonai Nina Rocha (1993-1996 e 2001-2004).
Em que pese contar com um razoável comércio local e já com algumas indústrias, a base econômica da maior parte da população ainda permanece essencialmente agropecuária, com destaque para a produção de leite nas pequenas propriedades rurais e para a fruticultura nos perímetros irrigados do Projeto Estreito, os quais são abastecidos pela barragem do Estreito e pela da Cova da Mandioca, esta última sendo a maior barragem de concreto rolado do mundo, construída pela CODEVASF.
O topônimo Urandi, segundo registro do professor Gabriel Soares de Sousa em seu livro Notícias do Brasil, tem origem em um pássaro preto muito comum nas margens dos rios da região, às vezes chamado hoje guirandi, ao qual os indígenas entretanto chamavam de urandi. Teodoro Sampaio ensina que o nome urandi, em tupi, significa madeira negrecenta. Os primitivos habitantes da região eram os índios acroás.
A ocupação do território foi efetuada pelos portugueses que ali chegaram à procura de ouro e pedras preciosas, e se estabeleceram em fazendas. Grande parte da população atual tem origem na miscigenação do português com o negro escravo.
As primeiras habitações surgiram por volta de 1812, em um lugar privilegiado entre os rios Cachoeira e Raiz, na fazenda Santa Rita, de propriedade do cidadão português senhor Antônio Fernandes Baleeiro, que ali residia com seu irmão, o senhor José Fernandes Baleeiro e alguns escravos. Nessa época foi construída ali uma capela em invocação a Santo Antônio.
Numa área de de mais ou menos 10 hectares doada ao Santo Padroeiro pelo proprietário da fazenda teve início o povoamento com a construção das primeiras casas. O povoado começou a ser chamado de Duas Barras, por causa de sua localização entre dois rios.
A fartura de água contribuiu para o desenvolvimento do povoado, principalmente pela agricultura. Com o passar do tempo a localidade foi crescendo e, em 2 de maio de 1877, pela Lei Provincial nº 1732 foi elevada a freguesia, com o nome de Santa Rita das Duas Barras. Essa designação foi alterada para Santo Antônio de Duas Barras pela Resolução Provincial nº 1962, de 10 de junho de 1880.
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