Detalhes sobre a cidade de São Miguel das Matas
São Miguel das Matas é um município brasileiro do estado da Bahia. Sua população estimada em 2004 era de 10.384 habitantes.
Aspectos Geográficos
O município de São Miguel das Matas está localizado no Recôncavo Sul da Bahia, limitando-se com os municípios de Laje (ao Sul), Amargosa e Elísio Medrado (ao Norte), Varzedo (ao leste) e Santo Antonio de Jesus (ao oeste), tendo população estimada em 2005 de 10.464 habitantes e uma densidade demográfica de 50,55 hab/km², segundo projeção do IBGE de 2005.
A sede municipal está a uma altitude média de 293m ao nível do mar, possui as coordenadas geográficas de 13° 03' de latitude sul e 29° 28' de longitude oeste, com área de 207,45 km². A sede do município fica a uma distância de 224 km da Capital, cujo acesso se faz por pelas vias BR 116 e 324, pela BA 045 via Santo Antonio de Jesus - ferry-boat - Bom Despacho.
O Município de São Miguel das Matas está localizado na Microrregião Homogênea de Jequié, na Região de Planejamento do Paraguaçu, faz parte da região administrativa de amargosa, bem como da região Econômica do Recôncavo Sul Possui relevo formado por tabuleiros pré-litorâneos e o tipo climático é de úmido a subúmido, com temperatura média de 23,4°C que varia entre 28,6°C e 19,6°C. O período chuvoso é entre abril e junho tendo uma pluviosidade anual mínima de 360 mm , média de 989 mm e máxima de 1.579 mm com tem risco de seca média.
Aspectos Históricos
Em 1557, D. João III doou a D. Álvaro da Costa, filho do então governador-geral do Brasil D. Duarte da Costa, “as terras que então se achavam incultas e não povoadas, entre os dois rios do braço do mar: Jaguaripe e Paraguaçu, em 4 léguas de costa na largura e de comprimento, 10 léguas para o sertão e pelos ditos rios acima, que fica tudo em distancia de 15 e 16 léguas dessa cidade (Salvador) que lhe passou carta em 16 de janeiro de 1557” . Analisando geograficamente essa faixa de terra, entende-se que as atuais terras do município de São Miguel das Matas localizam-se dentro dessa dimensão.
Na segunda metade do século XVII o rei de Portugal, através de Carta Régia mandou que se criasse no fundo da Vila de Maragogipe a Vila de Jaguaripe, no mesmo local da Freguesia de Nossa Senhora D'Ajuda que já existia desde o ano de 1613. Formou-se então um povoado com o nome de Freguesia de Nossa Senhora D'Ajuda, que somente 80 anos mais tarde, em 27 de dezembro de 1693, foi elevado à categoria de município, o primeiro do Recôncavo Baiano, denominado Vila de Nossa Senhora D'Ajuda de Jaguaripe. Em 1931 foi extinto e anexado ao município de Aratuipe, mas devido aos protestos dos moradores, foi restaurada sua condição neste mesmo ano. Nos limites mais distantes da vila supracitada, ano depois surgiria a Vila de São Miguel da Aldeia.
A denominação do nome Vila de São Miguel da Aldeia está ligado à visita de um “caboclo” que passara pela região pedindo ajuda para festejar o Santo São Miguel Arcanjo, na Vila de Jaguaripe. Por ser uma pessoa desconhecida, os moradores da Vila não ofertaram suas ajudas, sugerindo que o “Caboclo” retornasse à sua Vila e trouxesse a imagem do referido santo, a fim de que pudesse confirmar a veracidade da “promessa”. Durante o retorno à Vila de Jaguaripe, o “Caboclo” foi acometido do vírus da varíola, o que o levou a óbito .
A partir desse fato o “lugarejo” passou a ser chamado de São Miguel da Aldeia, a partir de 1765, São Miguel em referencia ao Arcanjo Miguel e Aldeias em referencia as leis de proteção às Aldeias. As primeiras casas, sedes de fazendas, localizavam-se na antiga Rua de Telha, onde hoje se localiza o Clube Social, outras se localizavam próximo à estação ferroviária e na entrada principal da cidade, hoje chamado baixa de areia. Existem também, referências de um casarão situado ao lado de onde hoje é a Igreja Matriz.
Em decorrência de uma grande epidemia de varíola que assolou a pequena Vila de São Miguel da Aldeia, na década de 1790, deixando grande número de mortos. Os moradores das Fazendas da Baixinha, conhecida como triângulo, fizeram uma promessa a São Roque, protetor das pestes, construindo posteriormente, em 1802, uma pequena Capela em frente ao local onde fora enterrados os óbitos, que a partir do fim da peste passou a ser o principal local das celebrações religiosas realizadas pelos Padres Franciscanos de Acaju ou Cajueiro. Os Franciscanos utilizavam-se de sermões educativos sobre o modo de plantar, de colher e de beneficiar o cultivo do café, bem como distribuíam sementes aos colonos miguelenses. Com o desenvolvimento da cultura da mandioca, do café, da cana-de-açúcar, do fumo e da criação de gado, o lugarejo se desenvolvia com pequenas casas comerciais e algumas moradias em torno da Capela de São Roque, fatos que influenciaram a coroa portuguesa a elevar de Vila a Freguesia de São Miguel da Aldeia. Ato feito através de Alvará de 24 de novembro de 1823, quando o Imperador D. Pedro I cria a primeira Freguesia do Império. O arraial de Nova Laje passou a fazer parte da Freguesia de São Miguel da Aldeia, que por integrar ao seu território o novo arraial, passou a ser chamado de São Miguel da Nova Laje, sendo este o quinto distrito da Vila de jaguaripe, localizado nos “fundos das roças de Nazareth”.
As questões de posse de terras eram freqüentes e ceifou a vida de muitos colonos. As leis eram feitas de acordo com a conveniência e influencia que cada um tinha perante o governador da província, mesmo sobre a égide da “Justiça de Jaguaripe.” O representante legal da justiça em São Miguel da Nova Laje, era exercido pelo Juiz de Paz, que era uma figura respeitada e autoridade com prestigio tamanho que as suas correspondências eram entregues diretamente ao Governador da Província, que sempre a respondia com total prontidão. Na inexistência de alguém que residisse no local e atendesse a todos os requisitos exigidos pelo posto, o vigário assumia a tal função. È importante ressaltar que nesse período o vigário, o professor e o juiz de paz eram as pessoas mais respeitadas do lugar.
Em 29 outubro de 1829, o juiz de paz João Fernandes de Castro, filho do Capitão Antonio Fernandes de Castro, trouxe a cópia da Lei da Câmara de Jaguaripe, Vila da qual São Miguel da Nova Laje pertencia como 5º distrito, onde se tratava dos cuidados que os moradores da Vila deveriam ter para com as matas, como descreve o artigo 30 do edital da Câmara Municipal de 9 de outubro de 1829:
Apesar do município de São Miguel ter sido emancipado no dia 1º de junho de 1891, somente no dia 8 de junho começou a sua administração autônoma com o nome de São Miguel das Matas.
Fonte: http://www.criativaonline.com/saomiguel
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