Detalhes sobre a cidade de Nova Canaã
O município de Vitória da Conquista, como centro regional, vivenciou ainda na primeira metade do século a ascensão econômica e política dos “distritos” que fazem parte de uma vasta extensão territorial do chamado “planalto da Conquista”. A primeira cidade a se tornar auto-suficiente frente ao domínio de Vitória da Conquista foi Poções, que se emancipou politicamente.
Poções se tornou então, um subcentro conquistense e passou a governar os seus vários distritos, que antes pertenciam à cidade de Vitória da Conquista, como Ibicuí, Iguaí, Nova Canaã, Boa Nova, Manoel Vitorino. Poções exerceu seu domínio frente a essas regiões com autoridade, não tolerando a mesma auto-suficiência, apesar das sérias dificuldades que sofreu para se separar do domínio de Vitória da Conquista.
Porém, os distritos de Ibicuí e Iguaí conseguem a separação mais cedo do que Nova Canaã. Entre os motivos que dificultaram a emancipação deste distrito, destaca-se a proximidade (apenas 45 quilômetros) da sede Poções, enquanto Iguaí e Ibicuí situam-se mais distantes .
Toda região sofreu importante influência indígena, por se tratar de uma comarca habitada pelos índios. Camacãs, Imborés, e Pataxós. Esses indígenas deixaram muito da sua cultura e mistura com os povos que povoaram estas regiões. As cidades têm seus nomes característicos indígenas como Ibicuí, Iguaí, Ibicaraí, Itabuna, Itamaraju, Itororó Itapetinga e muitas outras.
Um ponto curioso sobre Nova Canaã: foi uma cultura importada de outra região. A família Matos, “fundadora” da cidade, deu seus primeiros passos na região, que anos mais tarde, em 1910, constituiria o município emancipado.
Nova Canaã é uma cidade desde sua emancipação está inserida na microrregião de Vitória da Conquista, limitando-se ao norte com a cidade de Boa Nova, ao sul com, Caatiba, Itororó, a oeste com Poções e Planalto. Segundo histórico oficial da cidade e entrevistas realizadas na cidade foi o senhor Bernardino Rodrigues de Matos chegando à região, de terras férteis, ”onde se plantando tudo dá”, onde as matas verdes e compactas, com terras incultas formavam um belo cenário, adquiriu uma propriedade à custa do seu trabalho dando o nome de Fazenda Floresta.
Descendente de família pobre, Bernardino Rodrigues de Matos, primogênito do senhor Joaquim Inácio de Matos e Rosalina Ludivina de Matos, nascendo em 20 de maio de 1883, no município de três lagoas, na fazenda Ferrugem, vindos depois com seus pais para a região onde futuramente nasceria o município de Nova Canaã, logo seu pai adoeceu e as responsabilidades da família ficaram aos cuidados de Bernardino, que passou a ser o homem da casa cuidando dos seus irmãos na terra na qual estavam derrubando a mata.
Segundo relatos orais houve muita disputa territorial com os indígenas que não aceitaram a ocupação das terras, a primeira clareira foi aberta e veio a ser, mais tarde a casa grande da fazenda Floresta. Logo a partir de 1910 seus irmãos chegaram à localidade, sendo eles os senhores Sinfronio, Leovegidio e Inocêncio Rodrigues de Matos, que adquiriram novas fazendas e se instalaram na região. Até então nem mesmo um povoado tinha se formado nesta localidade. Toda constituída de mata fechada ou virgem. Esta região, mais tarde amplamente explorada, era simplesmente corta caminho em direção as cidades de Itabuna e Ilhéus, no sul da Bahia. (MATOS, OLIVEIRA)
“Seus irmãos também adquiriram suas propriedades e começaram a trabalhar por conta própria, saindo, depois, da tutela de Bernardino, seu irmão mais velho.”
Em pouco tempo a fazenda Floresta já produzia todo sustento da família, desenvolvendo uma agricultura de subsistência, o resto da região se mostrava inóspita já que a cidade mais próxima era Poções a 60 km de distancia, de estrada ruim e difícil acesso, sendo o único transporte o animal.
Levavam-se quatro ou cinco dias para se chegar à cidade de Poções. Muitas das famílias precisavam comprar sal, querosene, vela e outros produtos, fazendo essa viagem a pé ou no lombo do animal. Bernardino tinha varias funções como medico, dentista e farmacêutico sendo o mesmo quem resolvia os problemas locais em relação a doenças e socorros de acidentes de qualquer espécie, só deixou essa função quando o primeiro medico chegou à região.
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