Detalhes sobre a cidade de Mutuípe
Originou-se de uma aldeia de Índios Cariris, adquirida por volta de 1860 uma área por Manuel João da Rocha que passou a ser conhecida por fazenda Mutum, nome dado pela abundância dessa espécie de aves no local.
A fertilidade do solo que trouxe o desenvolvimento de culturas de fumo, café e mandioca nas proximidade do rio Jiquiriçá, assim como também a cultura da cana-de-açúcar e criação de gado para atender a demanda do Recôncavo açucareiro, aliados ao espírito acolhedor dos primeiros povoadores concorreram para o desenvolvimento inicial do arraial.
Fator decisivo para o seu desenvolvimento foi a chegada da linha férrea em 1905, através dos trilhos da Train Road de Nazaré, no seu avanço para o sudoeste baiano até Jequié. Promovendo não só o transporte de pessoas mais também o escoamento da produção cafeeira do vale e a sua integração com as outras localidades e principais centros regionais.
No dia 30 de Setembro de 1910 o Governador João Ferreira de Araújo Pinho, através da Lei Número 778 decretou a transferência da sede do Distrito de Paz do Riacho da Cruz para o povoado Mutum. Com a criação do município de Jiquiriçá, o Distrito de Mutum ficou pertencendo a este Município.
O desenvolvimento da Vila Mutum foi prejudicado por duas calamidades: a enchente do Rio Jiquiriçá em 1914 e o surto epidêmico da varíola em 1919. Após superar esses obstáculos, a Vila Mutum começou a crescer, através do desenvolvimento da lavoura e do comércio sendo elevada da categoria de Vila do povoado Mutum para a denominação Mutuípe pelo Governador Marques de Gois Calmon, na conformidade da Lei Número 1882, de 26 de julho de 1926. O Movimento autonomista foi liderado pelo Dr. Bartolomeu Antero Chaves. E sua posse jurídica ocorreu em 12 de outubro de 1926.
Nos anos 30, a queda do café no mercado externo, provocou uma forte retração na economia do vale com a transferência de capitais e a concentração de terras para a criação de gado. A proibição da exportação de café de terreiro e do fechamento da ferrovia na década de 60, houve um retrocesso econômico. Mais tarde chega a CEPLAC buscando retornar o nível de desenvolvimento anterior agora com a expressão da lavoura cacaueira na década de 70 em diante.
Considerando o período áureo do cacau, houve até um acerta prosperidade no município, mas com os vários planos de estabilidade da moeda e a queda dos preços nos últimos 20 anos, hoje encontramo-nos em situação latente de falência. Em Virtude disto, houve uma emigração acelerada e sem ordenamento da zona rural para a zona urbana, alem daqueles que saíram do município deslocando-se para os grandes centros urbanos (São Paulo e Salvador) causando o empobrecimento acelerado da população existente, atingindo mais de 80%.
Esse deslocamento desordenado da zona rural para a zona urbana, desarticulou as famílias forçando estas mais carentes com seus filhos a ficarem excluídos do engajamento social.
Geografia
O município de Mutuípe está localizado no Sudeste da Bahia, na zona fisiográfica do Recôncavo Sul; se encontra na 29ª Região Administrativa –DIRES e DIREC com sede em Amargosa; Apresenta uma extensão territorial de 358 km, cuja sede fica a 13°14`de latitude Sul e 39°30`de longitude Oeste de Greenwick. Seus limites territoriais são: Ao Leste Valença; ao Sudeste Presidente Trancredo Neves; ao Sul Teolândia; Oeste Jiquiriçá e ao Norte Laje. A cidade se encontra a 119 metros de altitude em relação ao nível do mar (em Valença). As estradas que cortam o município de Mutuípe e que fazem a ligação com os outros municípios são: BR420 (passa no centro da cidade) ligando a BR-101 (entroncamento de Laje) a BR-116 (entroncamento de Jaguaquará). Centro polarizador no Vale do Jiquiriçá. Mutuípe mantém um grande fluxo de pessoas e mercadorias devido às atividades econômicas e áreas de serviços com os Municípios vizinhos e ainda Amargosa e Santo Antônio de Jesus dos quais dista, respectivamente, 34 e 55Km.
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