Detalhes sobre a cidade de Jucuruçu
Jucuruçu é vocábulo indígena que significa "cobra grande". Do tupi jucuru: cobra, jacuru ou jucuru; e ussu: grande. Nome supostamente dado pelos índios devido as curvas do rio que margeia a cidade, dando a impressão de que o mesmo é uma grande cobra. Diz a lenda que essa cobra existiu, e que após ter sido morta pelo índios, ela se tranformou no rio.
História
A região onde hoje é o município de Jucuruçu, anteriormente pertencia ao município de Itamaraju, que teve sua cadeia de montanhas citada na Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei Dom João como as famosas “Serras Baixas”. Os primeiros habitantes que desbravaram as matas á beira do mitológico Rio Jucuruçu foram os senhores Ramiro Rocha (casado com “Dona Florzina”) e o senhor José Rodrigues, mais conhecido como “Zé de Du” (casado com Dona Vitorina Maria de Jesus). Provenientes do sertão baiano, data-se que a chegada dos primeiros moradores na região foi no ano de 1912 e que nesta época a tribo indígena anteriormente existente já havia se deslocado da região para aldeias litorâneas ou para aldeias na região de Minas Gerais.
Juntas, as duas famílias constituíram um império que reinou durante muito tempo, mas foram os filhos do vulgo “Zé de Du”, os senhores Manoel Rodrigues (casado com Júlia Rocha, neta de Ramiro Rocha) e Dely Rodrigues (casado com Ana Maria Jardim Dias) que compraram as terras do senhor Ramiro Rocha. Proprietários da maior quantidade das terras da região e visando a instalação de uma pequena área de comércio na fazenda da família, Manoel e Dely doaram as terras da Fazenda Venezuela, ás margens do Rio Jucuruçu para a construção de casas populares. Os moradores mais antigos alegam que o senhor Manoel de Du, como era conhecido, chegou a pagar 200 mil réis para quem aceitasse construir uma residência na área doada. A doação dessas terras para o início da cidade data no ano de 1936.
A família Rodrigues, os “Os Dú” como são conhecidos, ramificou-se por toda a região, hoje é a quarta maior do extremo sul baiano e a mais tradicional da cidade. Além dos senhores - coronéis Manoel e Dely de Dú, o desbravador Zé de Dú teve mais filhos, sendo os da primeira esposa: João Rodrigues, Euclides Rodrigues, os gêmeos Antônio e Antonino Rodrigues, Ana Maria Rodrigues, Cecília Rodrigues, Otaviana Rodrigues (que após casar-se assumiu o sobrenome do marido, tradição na época, se tornando Otaviana Nogueira); e do segundo casamento: Ubirajara Rodrigues, Veraldino Rodrigues, Anatólio Rodrigues, Amélia Rodrigues, Vivaldina Rodrigues, Mariquinha Rodrigues e Elísia Rodrigues.
O primeiro representante em parlamento legislativo pela região de Jucuruçu foi Valdemar José Nogueira (filho de Otaviana Nogueira), mais conhecido como “O Americano”, que representou Jucuruçu na Câmara de Vereadores de Itamaraju por quatro mandatos consecutivos.
De Fazenda Venezuela para o distrito de “Chumbo” como Jucuruçu tornou-se conhecido, sabe-se que este nome foi colocado no pequeno comércio quando os senhores Manoel e Dely Rodrigues encontraram ás margens do pequeno córrego que deságua no Rio Jucuruçu um saco cheio de chumbo. O córrego ficou conhecido como Córrego do Chumbo e a zona comerciaria como “Chumbo”. Alguns documentos antigos, porém, também reconhecem que o hoje município de Jucuruçu também recebera o nome de Vila Trindade, devido a primeira rua do pequeno comércio.
Mais de cinqüenta anos depois do início do distrito, no ano de 1989, após várias reivindicações, o Chumbo desmembrou-se de Itamaraju, ganhou emancipação política e recebeu o nome de Jucuruçu. A reivindicação se justificou porque era da região de Jucuruçu que saía a maior quantidade de verbas para Itamaraju, decorrente da pecuária e cultivo de cacau e café, e contraditoriamente era a região menos beneficiada e mais marginalizada pelos moradores e chefes do poder executivo de Itamaraju. Após a emancipação em 24 de fevereiro de 1989, o município passou a ser chamado de Jucuruçu.
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