Detalhes sobre a cidade de Curaçá
A literatura registra dados históricos de Curaçá a partir do século XVI. Em 1562 o jesuíta Luís de Gran iniciou os trabalhos de catequese com os índios que habitavam o Vale do São Francisco. Por volta de 1593 o bandeirante Belchior Dias Moreira chegou às terras de Pambú, que veio a ser a primeira sede do município. Na ocasião o referido bandeirante desbravou também a Serra do Ouricuri, hoje conhecida como Serra da Borracha. Com o aparecimento de uma imagem de Santo Antônio no lugar denominado Pambú, foi edificada a capela formando um povoado com a presença de muitos religiosos. Por força do Decreto Imperial de 6 de julho de 1832, o povoado de Pambú foi erigido à categoria de vila, compondo a sua área territorial os atuais municípios de Curaçá, Abaré, Chorrochó e Macururé, entre outros. Essa é considerada a data de criação do atual município de Curaçá. A resolução nº 488, de 6 de junho de 1853, transfere a sede da vila de Pambú para o povoado de Capim Grosso, vila que pelo Ato nº 59 de 10 de julho de 1890 foi denominada Curaçá. Até 1938 havia municípios no Brasil com mais de uma cidade e outros, como Curaçá, que até a sede do município era vila. Por recomendação do IBGE, foi criado o Decreto-Lei nº 311, de 25 de Março de 1931 e o Decreto Estadual nº 10.724, de 30 de Março de 1938. Todas as sedes de município passam a ser cidade, entre elas Curaçá. Atualmente o município é constituído pelos distritos Sede, Barro Vermelho, Poço de Fora, Riacho Seco e Patamuté. Constitui-se também pelo perímetro irrigado Projeto Curaçá, os povoados de Mundo Novo, São Bento, Pedra Branca e treze povoados no limite com Abaré e as agrovilas, formadas por reassentamentos agrícolas, em decorrência da Barragem de Itaparica. Limita-se com Juazeiro, Jaguarari, Uauá, Chorrochó, Abaré e com o Rio São Francisco, numa extensão de 120 km.
São Benedito
Santo da Igreja Católica Apostólica Romana. Descendente de escravos oriundos da Etiópia, São Benedito nasceu na Sicília, sul da Itália, em 1526, no seio de família pobre. Foi pastor de ovelhas e lavrador. Tinha o apelido de “mouro” pela cor de sua pele. Aos 18 anos de idade já havia decidido consagrar-se ao serviço de Deus e aos 21 um monge dos irmãos eremitas de São Francisco de Assis o chamou para viver entre eles. Fez votos de pobreza, obediência e castidade e, coerentemente, caminhava descalço pelas ruas e dormia no chão sem cobertas. Era muito procurado pelo povo, que desejava ouvir seus conselhos e pedir-lhe orações. Cumprindo seu voto de obediência, depois de 17 anos entre os eremitas, foi designado para ser cozinheiro no Convento dos Capuchinhos. Sua piedade,sabedoria e santidade levaram seus irmãos de comunidade a elegê-lo Superior do Mosteiro, apesar de analfabeto e leigo, pois não havia sido ordenado sacerdote. Seus irmãos o consideravam iluminado pelo Espírito Santo, pois fazia muitas profecias. Ao terminar o tempo determinado como Superior, reassumiu com muita humildade e alegria suas atividades na cozinha do convento. Sempre preocupado com os mais pobres do que ele, aqueles que não tinham nem o alimento diário, retirava alguns mantimentos do Convento, escondia-os dentro de suas roupas e os levava para os famintos que enchiam as ruelas das cidades. Conta a tradição que, em uma dessas saídas, o novo Superior do Convento o surpreendeu e perguntou: “Que escondes aí, embaixo de teu manto, irmão Benedito?” E o santo humildemente respondeu: “Rosas, meu senhor!” e, abrindo o manto, de fato apareceram rosas de grande beleza e não os alimentos de que suspeitava o Superior. São Benedito morreu aos 63 anos, no dia 4 de abril de 1589, em Palermo, na Itália. Reverenciado e amado no Brasil inteiro, é um dos santos mais populares do país, principalmente entre a população de origem africana, que o associa aos padecimentos do negro brasileiro. Em Curaçá os festejos em sua homenagem acontecem nos dias 30 e 31 de dezembro.
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